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Quando surgirá um exame que possa substituir a mamografia?

Quando surgirá um exame que possa substituir a mamografia?

O câncer de mama é uma das principais causas de mortalidade entre as mulheres em todo mundo. A detecção da doença em estágios iniciais está associada a maiores taxas de cura e melhor sobrevida, além de exigir tratamentos menos agressivos. 

 

A detecção precoce do câncer pode ser alcançada através de um rastreamento periódico eficaz, que, hoje, é feito principalmente com a mamografia, um método seguro, de baixo custo, amplamente disponível e que, comprovadamente, reduz a mortalidade pelo câncer de mama. 

 

Porém, apesar de suas grandes vantagens, esse exame de imagem pode oferecer uma precisão diagnóstica reduzida nas mulheres mais jovens e com mamas mais densas. Somando-se a isso, a compressão mamária, imprescindível na realização do exame, pode trazer maior desconforto e ansiedade em algumas mulheres. 

 

Nesse contexto, há uma busca incessante por um exame que seja capaz de detectar o câncer de mama em sua fase mais precoce, em todas as mulheres (especialmente entre os 40 e 75 anos), que seja menos doloroso, rápido, de baixo custo, disponível e que possua alta sensibilidade e precisão.

 

É fato que a mamografia evoluiu bastante nos últimos anos. Desde 2000, incorporou a tecnologia digital, comum na utilização de vários serviços. Mais recentemente, vieram a mamografia 3D (ou tomossíntese) e a mamografia com contraste. Mas, apesar dessas tecnologias aumentarem de forma impactante a capacidade diagnóstica do exame, elas ainda exigem a compressão mamária e são de difícil acesso, por possuírem alto custo e estarem pouco disponíveis.  

 

Outro método bastante relevante na detecção da doença é a ultrassonografia. Ela destaca-se como uma alternativa, mas sua eficiência aumenta quando usada em conjunto com outros exames, como a mamografia. A ultrassonografia é limitada na detecção das lesões “in situ”, fase inicial do câncer, quando se apresenta na forma de microcalcificações. 

 

Outro método relevante é a ressonância magnética. Exame de imagem que permite a maior capacidade diagnóstica do câncer de mama, chegando a quase 100% de sensibilidade para detectar um tumor invasivo. Entretanto, esse é um exame de custo mais elevado, pouco disponível para população em geral, que usa contraste endovenoso e possui algumas contra-indicações. 

 

O futuro do rastreamento?

 

Em julho deste ano, foi publicado na revista científica Cancers, um estudo multicêntrico que mostrou a precisão de um teste que permite detectar células tumorais na circulação sanguínea através de amostras de sangue. Chamamos esse teste de Biópsia Líquida. Seria esse o exame que vai substituir a mamografia no rastreamento?

 

O referido teste mostrou capacidade de identificar corretamente o câncer de mama com alta precisão em todas as idades, subtipos de tumores e grau da doença, com sensibilidade geral de 94.6%, menor para o estágio mais inicial (87.5%), chegando a 100% para o estágio IV, o mais avançado.

 

Os resultados preliminares da Biópsia Líquida são muito promissores e nos enche de esperança nessa alternativa futura. No entanto, o alto custo da tecnologia (cerca de 10 mil reais), a falta de aprovação pelos órgãos reguladores e a limitação na detecção das lesões mais iniciais pedem cautela e estudos mais aprofundados. 

Por enquanto, a mamografia continua sendo o método padrão-ouro do rastreamento do câncer de mama. A mulher deve buscar realizar seus exames na periodicidade correta, em centros que realizem exames de boa qualidade e, quando disponível, usando as tecnologias mais avançadas.

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