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Cuidados com as mamas antes dos 40 anos

Cuidados com as mamas antes dos 40 anos

Adoção de estilo de vida saudável reduz o risco de se desenvolver o câncer de mama. 

Contribuição: Dra. Germana Vasconcelos.

 

A adoção de um estilo de vida preventivo, com uma rotina saudável é, sem dúvida, um dos grandes aliados para o tratamento eficaz contra o câncer de mama. Dessa forma, uma alimentação equilibrada e nutritiva é de extrema importância. Por isso, devemos priorizar o consumo de alimentos ricos em fibras, como frutas, legumes e grãos integrais. Além disso, é necessário reduzir a ingestão de gorduras saturadas, açúcares, alimentos processados e bebidas alcoólicas, que são extremamente prejudiciais à saúde.

A prática regular de atividades físicas contribui muito na redução do risco de desenvolver câncer de mama. Exercícios como caminhada, corrida, pilates ou dança, ajudam a manter o peso corporal adequado e previnem inflamações, o que é essencial na jornada contra o tumor mamário.

Evitar o estresse também é fundamental, visto que ele aumenta a liberação de cortisol e outros hormônios, que mantêm o organismo em um processo de inflamação contínua, ampliando o risco de câncer. 

A realização de consultas regulares com um médico especialista, como ginecologista ou mastologista, também é essencial para a detecção precoce do câncer de mama. Realizar o check-up mamário deve ser uma prioridade constante, pois é fundamental para redução dos riscos e aumento  das chances de diagnóstico precoce.

O Colégio Brasileiro de Radiologia, a Sociedade Brasileira de Mastologia e a FEBRASGO indicam o rastreamento mamográfico anual do câncer de mama para todas as mulheres a partir dos 40 anos. No momento, nenhuma sociedade médica ou programa populacional indica o rastreamento do câncer de mama antes dos 40 anos, em mulheres sem aumento no risco para a doença, seja com a mamografia, a ultrassonografia ou a ressonância magnética (RM). A razão é que não há estudos demonstrando que o rastreamento dessas mulheres reduz a mortalidade pela doença.

Entretanto, algumas mulheres apresentam fatores que aumentam significativamente seu risco individual para câncer de mama, são eles:

  • Portadoras de determinadas mutações genéticas;
  • Forte história familiar de câncer de mama/ovário;
  • História pessoal de câncer de mama, neoplasia lobular ou hiperplasia ductal atípica;
  • Uso da radioterapia torácica na idade jovem.

Para essas mulheres o rastreio do câncer de mama é modificado:

  • Iniciado mais cedo, frequentemente antes dos 40 anos, pois os tumores tendem a ter início mais precoce do que na população geral;
  • Intervalo anual é obrigatório, pois o crescimento tumoral é mais rápido;
  • Uso de método de imagem suplementar à mamografia devido sua menor sensibilidade nessas mulheres.

O método suplementar de escolha é a Ressonância Magnética (RM). Diversos estudos mostraram que a combinação da mamografia com a RM apresenta maior sensibilidade do que sua combinação com a ultrassonografia (>90% vs 50%) e se associa a elevada detecção adicional de cânceres de mama biologicamente significativos com redução no número de câncer de intervalo.

A ultrassonografia está indicada se, por quaisquer razões, a RM não for realizada. Isso pode ocorrer, por exemplo, pela falta de acesso ao exame, que tem elevado custo, e disponibilidade limitada em regiões de baixa renda, como grande parte do Brasil, ou por opção médica. Quando adicionada à mamografia, a ultrassonografia aumenta a taxa de detecção de cânceres precoces e reduz o número de câncer de intervalo.

E para mulheres abaixo dos 40 anos e mama densa, o que deve ser feito?

No momento, o rastreamento do câncer de mama com métodos de imagem, incluindo a ultrassonografia, não está indicado para mulheres da população geral antes dos 40 anos de idade, mesmo para aquelas com mama densa.

Para mulheres abaixo dos 40 anos, que se enquadrem nos grupos com maior risco individual para a doença, a ultrassonografia está indicada no rastreamento quando a RM não for realizada.

Referências bibliográficas:
Urban LABD, Chala LF, De Paula IB, Bauab SP, et al. Recomendações do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, da Sociedade Brasileira de Mastologia e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia para o rastreamento do câncer de mama no Brasil. Radiol Bras. 2023 Jul/Ago; 56(4):207-214.
Urban LABD, Chala LF, Bauab SP, et al. Recomendações do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, da Sociedade Brasileira de Mastologia e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia para o rastreamento do câncer de mama. Radiol Bras. 2017 Jul/Ago;50(4):244–249.